Por
Alvaro Otranto
Melhor beber um champanhe a 20 mil léguas
submarinas que fundeado ou atracado à Marina de Portofino? Sem chance!
Recentemente, publiquei um texto sobre a
última moda entre os milionários, que seria a armação de Shadow-boats. Porém, agora aparecem com mais uma boa ideia para
tirar dinheiro de gente rica, diga-se muuuuito rica: Mega-iates Submarinos!
Um escritório de projetos está se propondo
a realizar o sonho submarino de qualquer mega-multimilionário-excêntrico da
face da terra, a construção de um submarino de recreio de até uns 300 metros de
comprimento.
Por se tratar de um produto extremamente
diferenciado, os detalhes operacionais não estão disponíveis aos meros
fuçadores de internet, será necessário agendar uma data e local para um contato
direto com os responsáveis desta façanha do design.
Me recordo algumas cenas do filme realizado
pelo estúdio Disney na década de 1960, onde ahistória do Capitão Nemo a bordo
do Nautilusse desenrolava, éramos
levados a imaginar criaturas fantásticas e gigantescas à enormes profundidades,
tudo sob a benção do autor e ficcionista Júlio Verne, um homem que quase
adivinhou o mundo em que vivemos hoje. O Nautilus
tinha um design bastante rebuscado, cheio de serrilhados e com muito conforto a
bordo, me lembro de enormes cadeiras de espaldar alto, mobília cheia de rococós
e tapetes vermelhos por toda parte do piso. A tripulação se vestia como em um
iate de luxo e ao que parece, é este sonho que querem fazer renascer sob a
égide da Migaloo, escritório austríaco
que propõe este novo rumo para o iatismo... para baixo!
No que diz respeito a uma das finalidades
do iatismo, que é o “ver e ser visto”, como ficaria? Montaríamos tendas sobre o
convés, faríamos construir marinas de grande calado para receber estes torpedos
gigantes? As mesmas passariam a ter rebocadores de grande torque. E o tráfego?
As autoridades permitirão que submarinos entrem de suas aguas a qualquer
momento e em qualquer local? A que profundidade deverão circular estes bólidos
submarinos, que cruzam a mais de vinte nós em total silêncio, pelas profundezas
dos oceanos.
O M2, seu menor projeto, possui apenas
(como se fosse pouco) 72 metros, mas o M7 pode ter mais do que 283 metros, ou
930 pés; maior que qualquer iate convencional jamais construído.
Para não exagerar, peguemos o modelo
intermediário M5. Ele dispõe de heliponto, garagem para todos os tipos de
brinquedos incluindo uma comporta para operar dois mini submarinos de 11 metros
de comprimento. Adega, sala de jogos e de cinema, spa, ginásio, banheira ao ar
livre (quando na superfície, é claro). Já ia esquecendo da biblioteca (é bom
ter algum livro à mão, pois abaixo dos dez metros de profundidade as coisas
costumam ficar bem escuras). Entre as 32 pessoas que pode transportar, poderá
levar o casal proprietário em sua cabine de 300 metros quadrados e mais seis
outros casais em Suítes VIP de 65 metros quadrados cada uma.
A bem da verdade, com um calado de sete
metros, vai ficar difícil arrumar local em alguma marina badalada, ainda mais
com um comprimento de 443 pés! Fico imaginando a tripulação, alguns
submarinistas russos aposentados, todos acostumados a ambientes
claustrofóbicos.
Quanto a qualidade do produto a ser
entregue, pode ficar tranquilo, pois a tecnologia é provida pela empresa Starkad Technologies, não confundir com a
Stark Inc. do filme “Homem de Ferro”,
pois esta não fica na Califórnia, mas na Estônia (Põhja-Ranna,
Vääna-Jõesuuküla, Harkuvald, Harjumaa, 76909). Pode
parecer brincadeira, mas a Estônia é considerada um “tigre-báltico”, vizinho da
Suécia que vem se tornando um centro internacional no que diz respeito a
eletrônica de telecomunicações, incluindo um polo bancado pela OTAN, de combate
a invasões de redes, provavelmente devido à sua proximidade da Rússia.
Deixando a política de lado, considero que
esta moda vai demorar muito a pegar, mas não descarto que alguém resolva fazer
construir algo do gênero, apesar da pouca ou nenhuma praticidade deste tipo de
embarcação. Particularmente, gastaria menos construindo um iate convencional,
ou melhor, dois! Um para o Caribe e outro para o Mediterrâneo, como dezenas de
milionários o fazem atualmente, e desde os anos 1980, quando um famoso
milionário mexicano encomendou o Inca
e o Asteca, dois iates iguais ao Highlander do empresário Malcolm Forbes,
que estava em construção no estaleiro holandês De Vries, na época ele justificou que cada um ficaria de um lado do
Atlântico, como comentado.
Agora, para quem prefere nem ver e nem ser
visto, talvez algum traficante, pode dar uma olhada no site abaixo, procurando
por algo que atenda às suas necessidades. Em tempo, eles também possuem outros
projetos, como o de plataformas oceânicas de lazer. Aparentemente, eles
transformam uma plataforma de petróleo em um resort de alto-mar, e podem construir
sua ilha artificial particular, vale uma olhadela!
Veja mais em: http://www.migaloo-submarines.com/