terça-feira, 9 de julho de 2013

Quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013


Quinta-feira do Rescaldo!
 
Mais uma noite bastante tranquila, sem vento ou chuva.

O barco permaneceu no fundeadouro do Campinho.

Durante o dia, alguns passageiros seguiram a Camamú para um passeio, mas voltaram um pouco frustrados, devido a sujeira, a falta de estrutura e aquilo que sempre nos espera em locais pobres e mal cuidados. Sem falar que um dia depois do Carnaval, não sobrou “pedra sobre pedra” na região!

O almoço à bordo foi Salada Verde, Camarão com Moranga (pois servimos em panela de barro) e o tradicional pernambucano: Bolo de Rolo.

Quarta-Feira de Cinzas, 13 de Fevereiro de 2013


Visita a Taipús

Foi uma das poucas vezes que não choveu de madrugada!

Dia radiante, de muito sol, pouco vento e um calor de matar!

Os passageiros partiram para um passeio de van pelas praias de fora, e acabaram almoçando em um restaurante nas proximidades da Ponta do Gavião, o conhecido Bar da Jô. Muitos caminharam pelas praias, aproveitando o dia em terra.

O cozinheiro e eu fomos a Camamú, tentar repor alguns viveres, mas não encontramos nem mesmo, algo simples como água mineral! Frutas, pães e verduras... nem falar. Saudades do Mediterraneo, onde a Mansueto trazia em pouas horas, qualquer produto que fosse necessário! De figos gigantescos a Trfas negras do tamanho de bolas de tenis...

O caminho entre o barco e a Vila histórica de Camamú é bastante interessante, mas rasa demais. Acredito que o potencial turístico de toda a região é enorme, mas a falta de estrutura, e de um mínimo de canais dragados, dificulta e torna navegar por aquelas bandas, um perigo danado.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Segunda de Carnaval: 11 de Fevereiro de 2013


Maraú, Sem Cais e nem Carnaval?!
 
A noite foi tranquila, e nenhum tambor ou o mínimo rumor do Carnaval foi ouvido à bordo, Maraú estava apagada e praticamente deserta!

Choveu de madrugada, mas apenas uma pancada isolada.

De tarde, nossos passageiros saíram de Verde&Rosa para um passeio a Cachoeira de Tremembé, algumas milhas rio acima, retornando perto das 17h00. O passeio costuma ser muito interessante, pois é possivel entrar com alguns barcos dentro da queda de água da cachoeira. Numa das vezes que lá estivemos, conseguimos comprar uns dois quilos de pitus, catados pela garotada que brinca o dia todo, ao redor da cachoeira.

O almoço foi salada verde com couve-flôr, muzzarela de búfala e tomate cereja. Seguida de Tortelloni recheado de alcachofra com molho de funghi porcini trufado. Para fechar, a sobremesa foi Tiramissú a moda da Vinheria Percusi.

À noite, nosso cozinheiro assou um Bolo de Fubá, e a ceia teve grande aceitação.

Domingo de Carnaval: 10 de Fevereiro de 2013


Apostando Corrida com um Veleiro!
 
As 04h00 caiu um rápido dilúvio, com muita chuva e vento!

Pouco antes das 06h00 da manhã, suspendemos nossa âncora e seguimos para Camamú.

Havia uma forte marejada, próximo da Barra do Morro de São Paulo, e balançamos um bocado. O Índigo saiu praticamente no mesmo horário, mas a falta total de vento, o fez se distanciar cada vez mais, e em pouco tempo colocamos uma grande distância à frente. Se o vento dos últimos dias tivesse se mantido, ele fatalmente iria nos passar em muito pouco tempo, pois cruzamos a 9 ou 10 nós, e eles com sua imensa área vélica e linha d’água, iria bater nos 15 nós, fácil!

Fechamos as primeiras mil milhas de viagem, desde nossa partida de Angra.

As 09h30 demandamos a sinuosa Barra de Camamú, e notamos vários catamarãs franceses circulando pelas imediações. Tive a impressão que eles não sabiam bem para onde ir, e gostaram de nos ver chegando, pois logo que fundeamos, vários vieram parar ao nosso redor. As 10h50 conseguimos fundear na segunda tentativa, pois o fundo em frente ao Campinho, não costuma ter uma pega muito boa.

O proprietário do Índigo, que chegou algum tempo depois, veio almoçar conosco e, neste dia, servimos uma Feijoada Completa.

No final da tarde, e aproveitando a maré, seguimos para Maraú, aonde chegamos as 17h45, sob um sol baixo, porém bastante forte. Largamos 35 metros de amarra, em um fundo de 10 metros, parados nas proximidades do cais da cidade, cujo excelente flutuante, que tantas vezes já havia nos servido, jazia afundado no fundo do rio, uma pena!

À noite, lanche leve para todos.

Sábado de Carnaval: 09 de Fevereiro de 2013


Morango no Nordeste!
 
Pela manhã, estava mais calmo e com céu limpo.

Logo cedo, partiram no bote, com o prático Bobó para a Ilha de Boipeba e o Rio do Inferno, como nosso barco de apoio, retornando apenas no meio da tarde, devido a maré.

Enquanto passeavam, paramos nosso gerador, apagando o barco todo e fizemos a necessária revisão e manutenção preventiva, pois era agora nossa única fonte de energia. Como as horas dos motores também pediam, foi realizada a troca de filtros e lubrificantes dos nossos dois MAN de dez cilindros e 1050 HP cada.

Próximo das 16h00 suspendemos o ferro, retornando para a região do Curral. A principio, tentamos fundear próximos do veleiro Índigo, nossos velhos conhecidos, mas as condições na Gamboa (mais uma vez) tornaram impossível um fundeio seguro. O fundo naquela área é como um serrote, a sonda vai de cinco a vinte metros e não se consegue um fundo regular para largar a âncora. Fora isto, com a forte correnteza nas vazantes, o barco atravessa de lado para o vento e o conforto vai pras cucuias!

Acabamos largando âncora no Curral, nos últimos raios de luz do dia, e o transito de pequenas embarcações que iam e vinham de Valença, Galeão, Cairu e outras localidades rumo a Gamboa e a Morro de São Paulo, em pleno Carnaval, era intenso e assim foi durante a noite toda. Muitos passavam tão rentes a nosso barco, que achei por bem deixar todo o convés iluminado.

Como o almoço ficou um pouco abaixo do esperado, fizemos um jantar mais caprichado: bruschette (brusquetas) de caponatta de entrada, e Risoto de arroz arbório com shimeji e shitake ao vinho branco. A sobremesa foi torta de morango.

Carnaval, 08 de Fevereiro de 2013


Roncam os Tambores!
 
Durante a noite, os tambores roncaram na Cidade Alta, e nós balançamos bastante em nosso fundeadouro, com muitos barcos entrando e saindo da Bahia Marina, além do vento e da chuva, que vinha em pancadas fortes, a todo momento.

As 06h00 já estávamos atracados no Posto Flutuante BTS, onde completamos nossos tanques com o necessário para realizar o passeio dos próximos dias, e ainda retornar a Angra, com certa folga.

As 07h30 já abastecidos, largamos do posto e nas proximidades do Iate Clube da Bahia, colocamos o Verde&Rosa no reboque, seguindo para o Sul, na direção do Morro de São Paulo.

No caminho, o vento forte de Leste trouxe uma forte marejada, e balançamos bastante. Eram 11h00 quando entramos no abrigo da Ponta do Curral, seguindo diretamente a Cairu, onde fundeamos as 12h30.

Largamos 25 metros de amarra, em apenas cinco de profundidade, com o vento acima dos 25 nós, e o barco atravessado nas rajadas, devido a forte correnteza do Canal do Taperoá.

Como a viagem não havia sido das mais confortáveis, logo que chegamos as pessoas partiram para conhecer a cidade e caminhar um pouco em terra, com suas igrejas e casario que remonta a 1610.

No almoço, servimos salada verde com figos, Parma e balsâmico, de entrada e postas de salmão no caramelo de gengibre. Um fato interessante é que nos supermercados de Salvador, as peixarias dispõe de serra elétricas do tipo fita, pois vendem seus peixes apenas em postas, não sendo possível fileta-los, como geralmente é pedido no Sudeste e Sul.

O vento e as chuvas em pancadas fortes e intermitentes nos atingiram a noite toda, mas sem oferecer perigo algum, estávamos com nossa âncora bem cravada no fundo de lama.

 

Itaparica: Quinta, 07 de Fevereiro de 2013.


De passagem por Itaparica

De madrugada, ventou e choveu de forma intermitente, mas as sete da manhã, o dia estava firme, limpo e com muito sol!

Próximo do meio-dia, suspendemos rumo a Salvador, fundeando nas imediações da Bahia Marina as 13h30. No percurso, cruzamos em situação de colisão com a Draga Chinesa Kaishuu, foi nosso quinto encontro desde a chegada a Salvador, e a maioria delas, tivemos de desviar da errática embarcação.

O almoço foi uma salada e um risoto de lulas, coisa básica!

Um de nossos passageiros partiu em missão especial no Bairro da Ribeira, onde uma das mais tradicionais sorveterias de Salvador costuma nos abastecer com litros e mais litros de sorvete das mais variadas frutas, destacando o de Tamarindo, que à bordo, costuma ser batido com gelo e vodka em copo alto, se não podemos chamar este aperitivo de Caipirinha, quem sabe Bahianinha?!

Avaria: o técnico Cesar, também conhecido por “Orelha”, esteve a bordo, tentando ressuscitar nosso gerador, mas seu veredicto foi o falecimento da parte geradora, bastante avariada. Aproveitamos, e compramos uma bateria nova e realizamos mais compras de víveres no Supermercado Perini, visto que seguiríamos viagem para fora da Baia de Todos os Santos.

Catu: Quarta-feira, 06 de fevereiro de 2013.


Catu: Paraiso Bahiano!

Catu, além de bonita é bastante tranquila e nosso pernoite foi muito bom, sem marolas, sem vizinhos barulhentos e mais nada.

Logo cedo, as 08h10 suspendemos e retornamos canal acima, passando pela Ponte do Funil novamente e fundeando próximo das 09h00 junto a Fonte do Tororó.

Com um dia esplêndido para aproveitar, nossos convidados foram para a praia, de bote e SUP, rodando em volta do barco por toda a manhã.

O almoço foi servido antes de seguirmos no passeio, com direito a salada de repolho roxo com passas, laranja e queijo de cabra, seguida de um pernil do cordeiro assado, com legumes ao vapor. Finalizamos com iogurte grego, com nozes e mel – um almoço da era bíblica!

As 16h30 retornamos ao fundeadouro do Iate Clube de Itaparica, onde pernoitamos mais uma vez.

O jantar foi sanduíche no prato, leve e prático.

Avarias: uma pane em vários equipamentos, nos fez perceber que uma de nossas baterias do banco de 24 VDC havia colado placa, e precisaria ser substituída, com urgência.

 

Terça, 05 de Fevereiro de 2013


Pra lá do Caixa-Pregos!

Apesar do vento constante, durante a noite a calma foi se instalando, e pela manhã nossa manobra foi bem tranqüila. Eram 08h35 quando suspendemos a amarra, e seguimos 15 milhas em direção ao Sul, pela parte de dentro da Ilha de Sta. Cruz, conhecida por Canal de Itaparica.

Durante o percurso, entrei em contato com um amigo, o Hélio Magalhães, autor dos Guias Náutica da Bahia, que normalmente utilizamos em nossas viagens, e ele me confirmou que haveria bastante espaço sob o vão central da Ponte do Funil, num local conhecido por Pantanal Bahiano, e onde pretendia passar com o barco.

Assim que passamos o Tororó, reduzi máquinas, paramos e largamos o bote Verde&Rosa que iria fotografar nossa aventurosa passagem sob a ponte. Depois que ele já estava posicionado, demos maquina e bem devagar passamos pela ponte. Por brincadeira, e para quebrar a tensão das pessoas, dei um toque rápido no apito, que confesso assustou muita gente, mas fez parte da emoção da passagem, que nem é tão estreita quanto imaginava, e bem poderia ter feito este passeio, das outras vezes que ali perto estivemos.

As 10h32 largamos a âncora em frente a um vilarejo, chamado Catu. Um pedaço de paraíso na terra da Bahia! Uma franja de areias brancas, cercada no lado de terra por uma parede de coqueiros e mangueiras centenárias, além de outras árvores frondosas. Do lado do mar, água calma e transparente, pois em contraste ao Rio Paraguaçu, ali estávamos a poucos metros da entrada da Barra Sul, próxima a Cacha-Prego.

A brisa de Nordeste soprava acima dos 20 nós, portanto largamos 25 metros de amarra, apesar dos quatro de profundidade. Nosso log registrava 892 milhas, desde Angra.

Pouco antes do meio-dia, conseguimos organizar um passeio a Jaguaripe, uma cidade do tempo do império, onde as caravelas portugueses carregavam dendê, piaçava e  côco nos idos de 1613. O barco grande ficou em Catu, e foram todos de bote, sob calor intenso, o que encurtou o passeio guiado pelo Sr. Brandão, um prático local.

Seguindo mais uma indicação do Helinho, foram almoçar no Restaurante de Dna. Almerinda, onde ela serve uma das melhores moquecas da Bahia, a conhecida Moqueca de Siri Bóia, entre outras delicias.

Avaria: tentei trazer o técnico “Peruano” para checar nosso gerador, mas apesar de combinar o local e horário, o estou aguardando até hoje...

Segunda, 04 de Fevereiro de 2013


Nas proximidades de Maragojipe 

A noite foi bastante tranquila, ainda mais pela distância que estávamos de qualquer marola de oceano, nos confins do Rio Paraguaçu!

Pela manhã, consegui organizar um passeio de bote até o município de Cachoeira, com o prático “Bin”, algumas milhas rio acima, por entre bancos e baixios do Canal do Espadarte.

A cidade, considerada o segundo acervo arquitetônico barroco do estado da Bahia, foi berço de grandes figuras da historia de nossa independência (?), como Maria Quitéria e Ana Nery, a padroeira das enfermeiras do Brasil. Lamentavelmente, a cidade esta bem maltratada e sem o brilho que esperavam conhecer. A zona portuária, se é que pode assim ser chamada, esta totalmente abandonada, e o desembarque dos nossos passageiros, foi problemático e talvez um pouco arriscado.

Devido a restrição imposta pela maré, estavam todos de volta à bordo as 12h30.

Servimos alguns aperitivos, e as 14h20 suspendemos nossa âncora, seguindo para a Ilha de Itaparica. Descendo o rio, a favor da maré e contra o vento de Nordeste, As 15h00 passamos pelo través da Ponta do Alambique, e as 16h40 largamos o ferro próximos ao Iate Clube de Itaparica, a sotavento de vários veleiros estrangeiros, que se reuniam ali para o Carnaval, já bem próximo.

O almoço foi um Guacamole (sem coentro) e uma pasta ao molho de camarão. De noite, o lanche foi apenas um chá com torradas, pois o cardápio dos últimos dias, já estava trazendo danos às dietas dos passageiros.

Avaria: perdemos o gerador de boreste, e pelo cheiro de fio queimado, não dava grandes esperanças de recuperação, e isto quando a viagem mal havia iniciado.