Pra lá do Caixa-Pregos!
Apesar do vento constante, durante a noite a calma foi se
instalando, e pela manhã nossa manobra foi bem tranqüila. Eram 08h35 quando
suspendemos a amarra, e seguimos 15 milhas em direção ao Sul, pela parte de
dentro da Ilha de Sta. Cruz, conhecida por Canal de Itaparica.
Durante o percurso, entrei em contato com um amigo, o Hélio
Magalhães, autor dos Guias Náutica da Bahia, que normalmente utilizamos em
nossas viagens, e ele me confirmou que haveria bastante espaço sob o vão
central da Ponte do Funil, num local conhecido por Pantanal Bahiano, e onde
pretendia passar com o barco.
Assim que passamos o Tororó, reduzi máquinas, paramos e
largamos o bote Verde&Rosa que iria fotografar nossa aventurosa passagem
sob a ponte. Depois que ele já estava posicionado, demos maquina e bem devagar
passamos pela ponte. Por brincadeira, e para quebrar a tensão das pessoas, dei
um toque rápido no apito, que confesso assustou muita gente, mas fez parte da
emoção da passagem, que nem é tão estreita quanto imaginava, e bem poderia ter
feito este passeio, das outras vezes que ali perto estivemos.
As 10h32 largamos a âncora em frente a um vilarejo, chamado
Catu. Um pedaço de paraíso na terra da Bahia! Uma franja de areias brancas,
cercada no lado de terra por uma parede de coqueiros e mangueiras centenárias,
além de outras árvores frondosas. Do lado do mar, água calma e transparente,
pois em contraste ao Rio Paraguaçu, ali estávamos a poucos metros da entrada da
Barra Sul, próxima a Cacha-Prego.
A brisa de Nordeste soprava acima dos 20 nós, portanto
largamos 25 metros de amarra, apesar dos quatro de profundidade. Nosso log
registrava 892 milhas, desde Angra.
Pouco antes do meio-dia, conseguimos organizar um passeio a
Jaguaripe, uma cidade do tempo do império, onde as caravelas portugueses
carregavam dendê, piaçava e côco nos
idos de 1613. O barco grande ficou em Catu, e foram todos de bote, sob calor
intenso, o que encurtou o passeio guiado pelo Sr. Brandão, um prático local.
Seguindo mais uma indicação do Helinho, foram almoçar no
Restaurante de Dna. Almerinda, onde ela serve uma das melhores moquecas da
Bahia, a conhecida Moqueca de Siri Bóia, entre outras delicias.
Avaria: tentei trazer o técnico “Peruano” para checar nosso
gerador, mas apesar de combinar o local e horário, o estou aguardando até
hoje...