segunda-feira, 26 de março de 2012

Oitavo-dia, 14/02/12

Era dia de travessia. Suspendemos assim que clareou, e seguimos rumo a barra. Na nossa proa, seguia um navio de nome Yokohama, e mais nenhum. Acelerei um pouco, para não estar no canal, quando o pratico trocasse de navio, entrando com outro qualquer, como normalmente acontece.
As 07h50 passamos pelo frustrado fundeadouro do dia anterior, na Ilha do Mel, e seguimos sob um céu ainda bastante carregado. De Sudoeste vinha um ventinho chato, resultando num mar picado, desagradável. Lá fora, um enorme navio ro-ro, chamado Tasco, vinha se aproximando do canal, aguardando o pratico que iria desembarcar do navio japones, como previamos.

As 08h11 deixamos o canal, escapando entre o segundo e o terceiro par de bóias, e rumando para São Francisco do Sul, visto que o Tasco vinha a toda velocidade pelo canal. Lá fora não havia nem vento e nem mar, apenas uma garoa intermitente, que não chegou a atrapalhar.

Às dez horas, passamos pelas Ilhas Itacolomis e próximo do meio-dia, chegamos às imediações da barra do porto de São Chico, como é chamado na região. Pelo AIS identificamos mais um navio, o Cap Gilbert, estava manobrando para atracar no terminal de conteiners, que ainda não estava pronto, em nossa visita de 2011.

Percebemos alguns espinhéis em nossa proa, mas só nos demos conta que eram redes de superficie, boiadas,  quando faltam apenas alguns poucos metros para acerta-las. Demos um cavalo-de-pau e escapamos pelo Norte, voltando em nosso proprio rumo, até que apareceu uma brecha naquela verdadeira armadilha. Redes de superficie são coisa rara na região entre o Rio e Angra, mas em outros pontos de nosso litoral, não!
O fato é que possuimos facas protetoras nos estabilizadores, e corta-cabos nos dois eixos, mas não há necessidade de destruir o que é modo de sobrevivencia de outros à toa, estas proteções devem ser utilizadas quando isto acontece à noite, ou sob mal tempo.
Eram 13h45 quando fundeamos em frente à Delegacia dos Portos de São Francisco do Sul, numa tarde nublada e algo chuvosa.

Mais tarde, tentamos desembarcar os passageiros para um passeio, mas o cais onde estava escrito um grande “Bem Vindo a São Francisco do Sul”, estava fechado, e tivemos de desembarcar nossos turistas em outro local, pois aparentemente a prioridade são os navios de cruzeiro, e “o resto” que se vire!
O jantarado foi salada Caprese, arroz de polvo (nossa especialidade) com olivas tagiasche e petit-gateau com sorvete.

O fundeadouro permanceu quieto a noite toda, apesar da batucada pré-carnavalesca que veio de terra, até altas horas.

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